quarta-feira, 25 de março de 2015

Aula do dia 19/03/15

Vírus III

Olá! Hoje estarei falando um pouco mais sobre os vírus e assim, encerrando essa parte. A discussão que eu quero trazer hoje é: "Vírus, seres vivos ou não?". Vírus não têm qualquer atividade metabólica quando fora da célula hospedeira: eles não podem captar nutrientes, utilizar energia ou realizar qualquer atividade biossintética. Eles obviamente se reproduzem, mas diferentemente de células, que crescem, duplicam seu conteúdo para então dividir-se em duas células filhas, os vírus replicam-se através de uma estratégia completamente diferente: eles invadem células, o que causa a dissociação dos componentes da partícula viral; esses componentes então interagem com o aparato metabólico da célula hospedeira, subvertendo o metabolismo celular para a produção de mais vírus. Há grande debate na comunidade científica sobre se os vírus devem ser considerados seres vivos ou não, e esse debate e primariamente um resultado de diferentes percepções sobre o que vem a ser vida, em outras palavras, a definição de vida. Aqueles que defendem a ideia que os vírus não são vivos argumentam que organismos vivos devem possuir características como a habilidade de importar nutrientes e energia do ambiente, devem ter metabolismo (um conjunto de reações químicas altamente inter-relacionadas através das quais os seres vivos constroem e mantêm seus corpos, crescem e performam inúmeras outras tarefas, como locomoção, reprodução, etc.); organismos vivos também fazem parte de uma linhagem contínua, sendo necessariamente originados de seres semelhantes e, através da reprodução, gerar outros seres semelhantes (descendência ou prole), etc.


Os vírus preenchem alguns desses critérios: são parte de linhagens contínuas, reproduzem-se e evoluem em resposta ao ambiente, através de variabilidade e seleção, como qualquer ser vivo. Porém, não têm metabolismo próprio, por isso deveriam ser considerados "partículas infecciosas", ao invés de seres vivos propriamente ditos. Muitos, porém, não concordam com essa perspectiva, e argumentam que uma vez que os vírus são capazes de reproduzir-se, são organismos vivos; eles dependem do maquinário metabólico da célula hospedeira, mas até aí todos os seres vivos dependem de interações com outros seres vivos. Outros ainda levam em consideração a presença massiva de vírus em todos os reinos do mundo natural, sua origem - aparentemente tão antiga como a própria vida - sua importância na história natural de todos os outros organismos, etc. Conforme já mencionado, diferentes conceitos a respeito do que vem a ser vida formam o cerne dessa discussão. Definir vida tem sido sempre um grande problema, e já que qualquer definição provavelmente será evasiva ou arbitrária, dificultando assim uma definição exata a respeito dos vírus.


Nas duas últimas postagens, eu estive falando sobre as viroses, e para terminar a postagem de hoje, eu queria estar falando que muitos pacientes se automedicam pensando que podem matar a sua virose mas em vez disso acabam fortalecendo-nas. Devido ao uso da maquinaria das células do hospedeiro, os vírus tornam-se difíceis de matar. As mais eficientes soluções médicas para as doenças virais são, até agora, as vacinas para prevenir as infecções, e drogas que tratam os sintomas das infecções virais. Os pacientes frequentemente pedem antibióticos, que são inúteis contra os vírus, e seu abuso contra infecções virais é uma das causas de resistência antibiótica em bactérias. Diz-se, às vezes, que a ação prudente é começar com um tratamento de antibióticos enquanto espera-se pelos resultados dos exames para determinar se os sintomas dos pacientes são causados por uma infecção por vírus ou bactérias.


quarta-feira, 18 de março de 2015

Aula do dia 12/03/15

Vírus II

Olá! Retomando ainda os vírus como conteúdo, vamos falar sobre uma virose que foi causadora da morte de aproximadamente um terço das pessoas na Idade Média e que ainda não foi exterminada nos dias atuais: a peste bubônica. Por isso, resolvi falar dela hoje, apesar dessa virose não ter histórico na minha família. As duas únicas viroses que foram exterminadas é a peste bovina e a varíola.


A peste bubônica, também chamada de peste negra, é uma doença grave e muitas vezes fatal causada pela bactéria da peste, Yersínia pestis, que é transmitida por pulgas em animais roedores aos seres humanos. A maioria dos indivíduos não tratados morre nas 48 horas que sucedem o início dos sintomas. A peste septicêmica é uma infecção na qual a forma bubônica estende-se até o sangue e pode causar a morte, antes mesmo do surgimento de outros sintomas da peste bubônica ou pneumônica. A pestis minor é uma forma leve da mesma infecção e, normalmente, ocorre apenas em áreas geográficas onde a doença é prevalente. Os sintomas de peste bubônica são: aumento dos linfonodos, que deixam a pele enegrecida nas axilas, virilhas ou pescoço; febre alta; intolerância à luz; apatia; tremores pelo corpo; vertigens; cefaleia; cansaço; aumento da frequência cardíaca e tosse inicialmente seca e depois com sangue. A tosse ocorre em 24 horas. No início, o escarro é claro, mas, rapidamente, ele começa a apresentar sinais de sangue e, em seguida, torna-se uniformemente rosado ou vermelho vivo e espumoso.


O diagnóstico da peste bubônica é feito através da análise microscópica do conteúdo dos gânglios linfáticos após a sua coleta. A transmissão da peste bubônica é feita através dos roedores, especialmente os ratos. A pulga que infesta alguns tipos de ratos, após levá-los à morte, pode migrar para outros corpos atrás do seu alimento, o sangue. Após picar a pele do ser humano, a bactéria da pulga instala-se no nódulo linfático mais próximo e multiplica-se ali, gerando todos os sintomas relacionados à peste. O tratamento para a peste bubônica consiste em tomar antibióticos, como, por exemplo: Doxiciclina, estreptomicina, gentamicina, tetraciclinas e cloranfenicol. Bem, como eu disse no começo dessa postagem, a peste bubônica tem se manifestado nos dias de hoje. E um exemplo disso pode-se conferir na notícia que se encontra nesse site: http://hypescience.com/peste-negra-peste-bubonica/


quarta-feira, 11 de março de 2015

Aula do dia 05/03/15

Filogenia II e Vírus I

Olá! Nesta primeira parte da postagem, estarei corrigindo a questão que havia passado na postagem anterior, e assim fechamos o assunto de filogenia. A alternativa correta que condiz com a questão é a B que diz: "O puma e o gato-mourisco são mais próximos geneticamente do que a onça e a jaguatirica.". Mas por que as alternativas A e C estão erradas? A partir da alternativa A, podemos perceber que esta está errada a partir de quando se diz que um organismo é mais evoluído que o outro. O primeiro conceito errado que se pensa em evolução é considerar um organismo mais evoluído do que outro. Na verdade, não existem organismos mais ou menos evoluídos, existem, sim, organismos mais e menos complexos. Agora, analisando a imagem abaixo (imagem do exercício) podemos ver que quem está mais perto filogeneticamente do gato-mourisco é o puma, por isso a alternativa C está incorreta!


Assim finalizamos nossa conversa sobre filogenia e, nesta segunda parte da postagem, começaremos a falar sobre vírus. Os vírus são seres muito simples e pequenos (medem menos de 0,2 µm), formados basicamente por uma cápsula proteica envolvendo o material genético, que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos (citomegalovírus). A palavra vírus vem do Latim vírus que significa fluído venenoso ou toxina. Atualmente é utilizada para descrever os vírus biológicos, além de designar, metaforicamente, qualquer coisa que se reproduza de forma parasitária, como ideias. O termo vírus de computador nasceu por analogia. A palavra vírion ou víron é usada para se referir a uma única partícula viral que estiver fora da célula hospedeira. Vírus é uma partícula basicamente proteica que pode infectar organismos vivos. Vírus são parasitas obrigatórios do interior celular e isso significa que eles somente se reproduzem pela invasão e possessão do controle da maquinaria de auto-reprodução celular.


Bem, para finalizar, existe algumas doenças que podem ser causadas por vírus chamadas viroses. Alguns exemplos de viroses são: herpes, pneumonia, conjuntivite, hepatite, etc. Um exemplo de virose que ocorreu com alguém da minha família foi com a minha mãe. No Japão, aos 16 anos de idade, minha mãe teve caxumba. Para quem não sabe, caxumba é uma infecção viral que afeta as glândulas parótidas – um dos três pares de glândulas que produzes saliva. As parótidas estão situadas entre suas orelhas e à frente delas. Felizmente para minha mãe e para todos que já tiveram esta virose, a caxumba ela é tratada naturalmente pelo organismo. A seguir, uma imagem do vírus da caxumba:


 

quarta-feira, 4 de março de 2015

"Aula" do dia 26/02/15

Revisando ... (Taxonomia, Filogenia, Cladística)

Olá! Nesta postagem, antes de prosseguir com o conteúdo, estarei fazendo algumas complementações a repeito do que eu não tinha dito e revisando as postagens anteriores.



Vocabulário:
- Apomorfia: características atuais que são derivadas de características primitivas de uma espécie ancestral;
- Sinapomorfia: o prefixo "sin" indica que uma determinada apomorfia é compartilhada por um determinado grupo. Ex.: as mamas nos mamíferos;
- Plesiomorfia: são características primitivas. Ex.: a ausência de coluna vertebral nos vertebrados é uma característica plesiomórfica, enquanto que a presença é uma característica apomórfica.



Bem, eu trouxe um exercício para fixar o seu conhecimento. Na próxima postagem eu trarei o gabarito para conferir se sua resposta estava certa. Até semana que vem.

Questão: (UEL PR/2010) Analise o cladograma a seguir, constituído por onça (Panthera onca), jaguatirica (Leopardus pardalis), puma (Puma concolor), gato mourisco (Puma yagouaroundi) e gato doméstico (Felis catus):


Com base no cladograma e nos conhecimentos sobre sistemática filogenética, assinale a alternativa correta:
a) Entre os felinos do cladograma, o gato-doméstico é o mais evoluído. 
b) O puma e o gato-mourisco são mais próximos geneticamente do que a onça e a jaguatirica. 
c) O gato-mourisco é o que mais se aproxima filogeneticamente do gato-doméstico.